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José Gualberto de Sá Carneiro

Advogado barcelense, também com carreira parlamentar, foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos. São-lhe reconhecidos o empenho e a dedicação como exemplo do exercício pleno da cidadania.

(Barcelos - 31 de agosto de 1897 - Porto - 16 de fevereiro de 1978)

 

José Gualberto de Sá Carneiro nasceu no seio de uma família barcelense da freguesia de Barcelinhos, sendo filho de Joaquim Gualberto de Sá Carneiro e de Ana Rita Emília Chaves Marques.

Concluiu o curso de Direito, na Universidade de Coimbra, em 1918, com 21 anos. Anos mais tarde, a 15 de agosto de 1927, casou, no Porto, com Maria Francisca Judite Pinto da Costa Leite, filha de João Vítor Pinto da Costa Bartól, 2.º conde de Lumbrales, e de Judite Emília Martins Pinto Ferreira Leite.

Da sua prolífica carreira, destacamos os cargos como Delegado do Ministério Público em Albufeira, Condeixa e Lousada (1918-1923).  A partir de 1923, José Gualberto de Sá Carneiro dedicou-se exclusivamente à advocacia e, entre 1938 e 1957, tornou-se Vogal e Presidente do Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados.

Em 1969, tornou-se Vogal da Comissão Revisora do Projeto do Código Civil e, em 1942, Vogal da Comissão Concelhia de União Nacional do Porto, Vogal da Junta Consultiva da União Nacional (1945-1949) e Comandante de lança da Legião Portuguesa.

Igualmente, na sua carreira Parlamentar não menos extensa, na 2.ª Sessão Legislativa (1946-1947), abordou o projeto de lei que enviou para a Mesa sobre o inquilinato.

Entre 1969 e 1974, José Gualberto de Sá Carneiro foi reconhecido Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, e foi no seu mandato, corria o ano de 1970, que ocorreram renovações no hospital, sendo que a inauguração do novo pavilhão contou com a presença do então Presidente da República, Almirante Américo Tomás (1894-1987).

 

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Fotografia do Presidente da República, Almirante Américo Tomás, aquando da inauguração do novo pavilhão do Hospital de Barcelos, em junho de 1970 (Fonte: Arquivo Leonor – Santa Casa da Misericórdia de Barcelos)

 

No discurso proferido no dia da inauguração, José Gualberto de Sá Carneiro resumiu os seus momentos na Santa Casa como sendo uma passagem:

“A minha passagem por esta Santa Casa tem de ser necessariamente curta, até porque já não sou novo. Após cinquenta anos de advocacia intensa, eu queria passar os anos de vida que me restam entre o estudo do Direito – sei que sei muito pouco.

Instado para aceitar a provedoria da Santa Casa, não pude negar este serviço à terra onde nasci.”

Discurso do Senhor Provedor José Gualberto de Sá Carneiro in Boletim da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, Ano I, N.º 1, junho 1970, pp. 3-6

 

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Recorte do Jornal de Notícias de 29 de junho de 1970, p. 6 (Fonte: Arquivo Leonor – Santa Casa da Misericórdia de Barcelos)

 

Passados 48 anos da sua despedida como Provedor, não poderíamos deixar de relembrar a dedicação e o empenho de José Gualberto de Sá Carneiro como exemplo de exercício pleno da cidadania em prol do bem comum e que continua a inspirar todos quantos contribuem ainda hoje para a continuidade da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos.

Recorde-se que, recentemente, recebemos, com agrado, a visita de Francisco Sá Carneiro, neto do nosso antigo provedor, e filho mais velho do antigo primeiro-ministro homónimo, que tomou conhecimento da realidade atual da Santa Casa e visitou o Núcleo Museológico e Arquivo Leonor.

 

Bibliografia:

Boletim da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, Ano I, junho de 1970, N.º 1

José Gualberto de Sá Carneiro em:

https://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-1974/html/pdf/c/carneiro_jose_gualberto_de_sa.pdf

 

 


SCM Barcelos, 09 NOVEMBRO 2022