30-anos-de-medicina-fisica-e-de-reabilitacao-na-santa-casa

30 ANOS DE MEDICINA FÍSICA E DE REABILITAÇÃO NA SANTA CASA

No Centro de Medicina Física e de Reabilitação (CMFR), realizam-se cerca de 11.000 consultas de Fisiatria anuais, além de consultas de especialidade médica (Pneumologia, Medicina Interna e Urologia) e ainda consultas de Psicologia, Nutrição e Podologia. São realizados tratamentos a cerca de 650 pessoas, por dia, em ambulatório, repartidos por Fisioterapia, Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Hidroterapia e Pilates Clínico.

 

Recuamos até 1993, quando, “pouco tempo após finalizar a especialidade em Fisiatria”, Armanda Pinto foi convidada para se “vincular ao projeto que se desenhava de lançar e autonomizar a área de Saúde na Santa Casa”, concretamente através do CMFR. “Não mais havia que um pequeno espaço no edifício central [onde funcionam, atualmente, os Serviços Partilhados], o qual, dadas as características da construção antiga, se afirmava difícil de adaptar a um serviço de fisioterapia, mas foi assim que arrancou”, recorda Armanda Pinto.  E assim foram inauguradas, a 23 de outubro de 1993, pelas 11h30, as instalações da Fisioterapia – como era denominada esta unidade –, “um serviço embrionário nesta valência de Saúde, a partir de um primeiro espaço, com material usado de uma clínica que havia encerrado no Porto”.

 SKM_C250i23081110231

Nos primeiros anos, o serviço funcionou no edifício-sede

“Num passo firme subsequente, conseguiu-se a convenção com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a partir de 1994” e a “exigência estratégica seguinte seria a conquista de novas instalações permanentes e meios humanos alargados e dedicados a tal”, sublinha Armanda Pinto, diretora técnica e clínica do CMFR, desde a fundação. Mais tarde, a unidade foi, então, relocalizada e – concretamente em 2008 – foram inauguradas as atuais instalações, na Quinta da Ordem, representando “um esforço da Misericórdia de Barcelos para bem servir os barcelenses”.

 

“EVOLUÇÃO A TODOS OS NÍVEIS”

Helena Ferreira não está desde início, não conhece a unidade de Fisioterapia desde raiz, mas quase. Trabalhou primeiro em lar e, depois, conseguiu ingressar na clínica. “Foi uma grande conquista. Aprendi muito com os colegas, porque não sabia nada, e depois aí é que fui tirar o meu curso de Massagista”, recorda.

Lídia Rosendo trabalha na Fisioterapia, na área administrativa, há 22 anos, o que lhe permitiu “evoluir, crescer, profissionalmente e como pessoa”, e, a par disso, percecionar e fazer parte da evolução e do crescimento do CMFR. “Fomos evoluindo profissionalmente na maneira de trabalhar, de nos organizarmos, houve sempre mudanças positivas ao longo destes anos”, nota Lídia, que, acima de tudo, destaca o “profissionalismo”: “Temos tido sempre bons profissionais. Isso é bom, porque assegura uma boa qualidade no serviço, acho que é um dos fatores principais”.

IMG_7035

 

Olhando as três décadas – e após 18 anos de serviço no CMFR –, Carlos Esteves, da coordenação dos fisioterapeutas, fala também em “evolução a todos os níveis”: número de utentes e de colaboradores, infraestruturas, equipamentos e tratamentos disponibilizados. “Estávamos num local mais pequeno e não havia equipamentos tão vanguardistas como agora. Agora, temos boas instalações, bons equipamentos, a nível organizacional praticamente não usamos papel, somos auxiliados por aplicações informáticas, quer para ajudar os profissionais, quer os utentes no seguimento dos seus tratamentos”, conta ao EG. E, com o crescimento, houve também diferenciação: “Temos terapeutas mais vocacionados para reabilitação pediátrica, outros reabilitação neurológica, assim como para tratamentos de reeducação postural, e assim por diante. E esta especificidade nos tratamentos faz com que haja uma melhoria na qualidade do serviço prestado”. E se, no início, o Centro apenas disponibilizava consultas de Fisiatria, e tratamentos de fisioterapia e terapia ocupacional, com o tempo, houve a preocupação de ajustar a oferta às necessidades sentidas pela comunidade, com a disponibilização de novos serviços, bem como o alargamento de horário e dias de funcionamento.

Armanda Pinto evidencia o “serviço integrado, com todas as valências terapêuticas e equipamento modernizado, destacando-se a piscina terapêutica que é, sem dúvida, uma mais-valia na reabilitação motora e funcional”, contribuindo para que o CMFR se assuma como um importante recurso na área da Medicina Física e Reabilitação, no concelho e na região.

OS DESAFIOS

Numa perspetiva mais ampla, acrescenta, o desafio passa por potenciar “um serviço de medicina física e de reabilitação adstrito ao quadro convencionado com o SNS e de forma a dar resposta a todo o tipo de patologias, diversidade de utentes com elevada dependência física e cognitiva”.

Já para Carlos Esteves, o principal desafio é o de “acompanhar o crescimento, quer em termos de colaboradores, quer em número de utentes, mas nunca perder a nossa identidade de ser um serviço de saúde próximo dos utentes, familiar”. Helena Ferreira, por exemplo, já perdeu a conta ao número de pessoas que, em quase 30 anos, lhe passaram, literalmente, pelas mãos, mas às vezes lembra-se das pessoas que já tratou. “A gente dá a nossa parte, mas também recebe muito dos doentes. Gosto muito de ajudar quem tem mais dificuldades e tenho muito orgulho em trabalhar aqui”, conclui.

CRESCER NA QUALIDADE E OFERTA À COMUNIDADE

O futuro, aponta Armanda Pinto, diretora técnica e clínica, vai exigir “contrariar algumas contrariedades, sejam a falta de técnicos diferenciados e competitivamente remunerados e novas necessidades de mais espaço físico”.  Por sua vez, Carlos Esteves, da coordenação dos fisioterapeutas, assegura que “o crescimento tem sido contínuo”, mas há mais em mente: “Queremos crescer na qualidade e na oferta à comunidade”.

E “para proporcionar as melhores condições aos utentes e aos colaboradores”, o provedor da instituição, Nuno Reis, adianta que, “nos próximos meses, o CMFR beneficiará de uma intervenção, que possibilitará a criação de um novo ginásio terapêutico, novos sanitários, gabinetes médicos para alargar o leque de consultas de especialidade, bem como uma nova sala para colaboradores”.

 

[Reportagem publicada na edição n.º 57 do boletim institucional "Encontro de Gerações"]

SCM Barcelos, 23-10-2023

Notícias