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“Mentes Ativas”: orientar para a realidade

Projeto está a ser desenvolvido no Lar Nossa Senhora da Misericórdia

Depois de, em 2019, ter iniciado no Lar Santo André, o projeto “Mentes Ativas” está agora a ser desenvolvido no Lar Nossa Senhora da Misericórdia.

O “Mentes Ativas” iniciou em julho, com a aplicação de instrumentos de avaliação cognitiva e emocional às pessoas idosas. São oito as que atualmente fazem parte deste projeto – direcionado a pessoas com diagnóstico de demência ou com défice cognitivo de ligeiro a moderado  – desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, através do seu Serviço de Psicologia. O principal objetivo é “promover a orientação da realidade de pessoas com demência ou com défice cognitivo”, conforme explica Sofia Miranda, psicóloga da instituição. Para isso, serão desenvolvidas várias atividades, como “sessões de estimulação em grupo, workshops para os colaboradores e atividades de orientação para a realidade envolvendo o ambiente (sinalética de orientação) feitas por estes colaboradores”. “Acreditamos que esta estimulação tem de ser diária e, como os colaboradores prestam os cuidados e participam nas atividades do funcionamento diário com os utentes, é uma forma de os conseguirmos estimular e de os resultados serem mais positivos”, explica a psicóloga.

Os colaboradores receberam de forma motivada e interessada o projeto. De resto, grande parte já vai fazendo este tipo de atividades, embora de modo informal.

“Enquanto estamos a prestar cuidados às pessoas idosas, já temos o hábito de ir conversando”, conta Graça Ferreira, ajudante de lar. “Agora, perante o quadro na mesinha de cabeceira, com informações como a data de nascimento, a profissão e outros dados, vamos conversando com os utentes, consoante o que está nesse quadro. Depois, temos sequências com o vestuário e outros objetos pessoais e vamos recordando. Já fazíamos isso, mas agora vamos reforçando”, acrescenta.

No Lar Nossa Senhora da Misericórdia, foi implementada sinalética (com a sequência das refeições, higiene, vestuário, percursos no lar), calendários, relógios e todo um conjunto de materiais para ajudar os utentes a orientar-se melhor para a realidade e para o meio envolvente, quanto à pessoa, ao espaço e ao tempo.

Natália Coelho, também ajudante de lar, confirma que “a alguns utentes já se tinha de dizer o que tinham de fazer”. Agora, conta, com o apoio da sinalética, veem “com eles as imagens na casa de banho ou nos armários, para perceberem o que têm de fazer primeiro ou o que têm de vestir”. “Tentamos mantê-los ativos nessas rotinas para não se esquecerem nem perderem tanta autonomia”, conclui Natália Coelho.

Daqui a seis meses, serão aplicados novamente os mesmos instrumentos da avaliação inicial. “Se os resultados forem positivos, sempre que alguém entrar no Lar com este diagnóstico vai, automaticamente, ser inserido no projeto e, com o tempo, pensamos que vai ser algo que vai fazer parte da intervenção na área”, conclui a psicóloga Sofia Miranda.

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SCM Barcelos, 12-08-2020

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