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Analisando o Arquivo, em busca de (maior) conhecimento…

Workshop juntou interessados pela Paleografia, na Misericórdia de Barcelos

Seja para aprofundar conhecimentos, para novos contactos e experiências ou para começar do zero, a Paleografia tem gerado interesse crescente. “Cada escrita reflete a organização de uma sociedade, espelha as suas necessidades e anseios”, explicou a arquivista Alexandra Vidal, pelo que “nada como os arquivos para entendermos a humanidade e a cultura escrita”.

Consciente disso, a Santa Casa da Misericórdia de Barcelos promoveu, sábado passado, um workshop, orientado por Alexandra Vidal, para dar a conhecer algumas bases para a transcrição de documentos dos séculos XVI/XVIII e sua análise documental, a partir da experiência de leitura de documentos do Arquivo Leonor.

Sob o mote “A escrita da Misericórdia”, os participantes revisitaram a história da Paleografia – entendida como o estudo das escritas antigas – e da Diplomática – o estudo da descrição e da explicação da forma dos atos escritos –, abordaram algumas escritas do mundo ocidental, conheceram instrumentos de escrita, entre outros saberes partilhados.

Luís Laforga Granjo é genealogista profissional e participou no workshop, “de alguma maneira, [para] aprender um pouco mais”. “Já tenho um contacto muito direto com a Paleografia em termos de utilização, pela minha profissão. Trabalho com a Sandra [Osório da Silva], que, em termos académicos, está mais ligada à Paleografia, e peço-lhe ajuda, quando preciso. Mas, basicamente, sempre que posso manter o contacto com a área, acaba por ser uma ajuda. Como disse a dra. Alexandra, isto é uma área que necessita de muita prática e um olhar constante”, explicou Luís Laforga Granjo.

Na sessão, contudo, houve participantes praticamente a começar do zero, na área da Paleografia. Dulce Miranda chegou à descoberta, conforme notou, no final. “Pensava que ia conhecer algo mais sobre Barcelos, nas áreas de Arte e História, de uma forma mais abrangente. A parte da visita está a corresponder a isso. A parte inicial, do workshop propriamente dito, não, mas foi uma agradável surpresa, porque aprendi coisas que não sabia”, contou, para, logo depois, concluir: “Acho que ter uma ideia, perceber mais a fundo por que é que alguém faz determinada coisa, por que é que estuda, é muito importante e achei muito interessante”. A sessão contou também com a participação de estudantes do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave. “Em muitas outras áreas, à semelhança da Paleografia, que podem parecer obsoletas ou pode parecer que já estão desatualizadas em termos de época, nota-se o crescente interesse das camadas mais jovens, o que é bom, porque permite continuar e perceber a importância que certas disciplinas têm ainda hoje. Continuam a ser importantes e necessárias”, observou Luís Laforga Granjo.

No final do workshop de Paleografia “A escrita da Misericórdia”, decorreu uma visita guiada ao Arquivo Leonor e ao Núcleo Museológico da Santa Casa de Barcelos.

Workshop de Paleografia (1)


SCM Barcelos, 22-06-2021

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