Este domingo, num “dia de alegria para a instituição” – nas palavras do provedor, Nuno Reis –, perante utentes, colaboradores, familiares e amigos, foi inaugurada a obra de beneficiação do Lar da Misericórdia. Esta estrutura residencial para pessoas idosas, a mais antiga da Misericórdia de Barcelos, surgiu em 1889 e, até agora, a última intervenção já tinha decorrido há mais de 30 anos.  

Ao longo dos últimos dois anos, de forma faseada, o Lar da Misericórdia foi sendo intervencionado, para servir melhor os 38 utentes que lá residem e as 35 pessoas que os apoiam e deles cuidam.  “A obra decorreu faseadamente, porque a instituição não tinha possibilidades de a fazer toda de uma vez, mas também porque a pandemia obrigou a várias alterações, mas permitiu reparar e substituir parte do telhado, reparar claraboias, substituir caixilharias, reparar as que tinham reparação, remodelar todas as áreas partilhadas, os corredores, o refeitório, cada um dos quartos, substituir mobiliário que já estava muito antigo e degradado por mobiliário mais funcional”, explicou ontem o provedor, Nuno Reis.

As intervenções realizadas pretendem garantir um maior conforto e qualidade na utilização diária destes espaços pelos utentes e colaboradores, através do aumento da luminosidade, bem como pelo conforto das soluções de equipamentos e mobiliário aplicadas. Criar condições físicas, estruturais e logísticas favoráveis, de forma a aumentar a qualidade dos serviços prestados às pessoas idosas, é, assim, uma das prioridades da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos. 

O Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, D. Jorge Ortiga, “presença amiga […] que mais uma vez se associa a um momento importante da vida da nossa instituição” congratulou-se pela aposta na requalificação desta estrutura residencial para pessoas idosas. “Quando se diz requalificar é dar qualidade aos espaços existentes, antigos, com toda a nobreza que têm, mas a necessitar de qualquer coisa para que possam proporcionar qualidade de vida”. “O trabalho que foi feito pela Misericórdia de Barcelos merece da minha parte, da parte da Igreja e da Arquidiocese [de Braga], um obrigado muito sincero, porque aquilo que interessa e é fundamental é que todos quantos aqui residem se sintam bem, na sua própria casa, com toda a qualidade e com todas as condições, não lhe faltando nada daquilo que é essencial”, sublinhou D. Jorge Ortiga.

O Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, D. Jorge Ortiga, e o provedor, Nuno Reis, descerraram a placa que assinala a conclusão da Obra de Beneficiação do Lar da Misericórdia, numa cerimónia que contou também com a presença do capelão da instituição, Frei Hermano Filipe.

Fado no encerramento de “Bem-Vinda Sejas Amália”

O momento foi precedido de um concerto de Tributo a Amália Rodrigues, com a fadista barcelense Carla Cortez – acompanhada por Miguel Silva, na guitarra portuguesa, e Miguel Silva Júnior, na viola de fado –, que teve lugar na escadaria do Lar da Misericórdia, o qual foi assistido por utentes, seus familiares, colaboradores e Irmãos da instituição.

Entre fados notabilizados por Amália, houve oportunidade de dar a conhecer o fado que Carla Cortez escreveu para e sobre Barcelos: “Há um canto que é de todos/ De cores simples, tons singelos,/ esta noite há um fado/ Há um fado para Barcelos”.

O fado voltou a ser escutado, mais tarde, no Auditório da Misericórdia, num momento musical que marcou o encerramento da Exposição itinerante “Bem-Vinda Sejas Amália”. Ao longo de três semanas, os visitantes puderam apreciar fotografias e registos audiovisuais, excertos de recortes da imprensa, três esculturas com fotos de Amália e manuscritos dos seus poemas e até uma recriação do seu camarim, com objetos que Amália levava consigo para as atuações.

-Encerramento Bem-Vinda Sejas Amália (1)

(Fotos: Rui Rodrigues)