Caminhamos para o final do mês e aproveitamos para olhar para trás e recordar alguns momentos e atividades que marcaram fevereiro nas unidades operacionais da Misericórdia de Barcelos.
WORKSHOP DE BORDADOS – LENÇOS DOS NAMORADOS
Em fevereiro, celebramos o poder e a importância dos afetos, fazendo-o também de modo artístico e criativo.
“Uma atividade diferente decidimos proporcionar
Para celebrar os afetos e o amor.
A 21 de fevereiro, no lar
Com a bordadeira M.ª Jesus, bordámos com primor”
O mote foi lançado e os utentes do Lar da Misericórdia e do Lar Rainha Dona Leonor responderam de modo positivo. Com a colaboração – generosa e graciosa – da bordadeira Maria de Jesus, aprenderam um pouco mais sobre os Lenços dos Namorados e tiveram oportunidade de experimentar algumas criações.
Workshop Lenço dos Namorados_ LM_LRDL_ 01
ATIVIDADE DE COZER O PÃO
Em vésperas do Carnaval, os utentes do Lar do Centro Social Comendadora Maria Eva Nunes Corrêa (LCSCMENC), em Silveiros, voltaram a pôr as mãos na massa, recriando a prática de cozer o pão/ bolo de carne, com o qual se deliciaram mais tarde.
Atividade Cozer o Pão_ LCSCMENC_ 01
SACRAMENTO DA SANTA UNÇÃO
A 11 de fevereiro, na Misericórdia de Barcelos, foi assinalado o 33.º Dia Mundial da Pessoa Doente, com celebrações na Igreja da Misericórdia e na Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Santo António.
Nessas celebrações, foi administrado o sacramento da Santa Unção às pessoas doentes. Já antes, no Lar do CSCMENC, em Silveiros, o Pe. Vítor Sá tinha administrado o sacramento da Santa Unção, como forma de “viver na graça de Deus, para que cada um de nós se sinta reconfortado dos males do corpo, mas sobretudo dos do espírito”.
Santa Unção_ LCSCMENC_ 01
SCM Barcelos, 20-03-2025
Sendo o Dia Internacional dos Arquivos comemorado anualmente a 9 de junho, o Arquivo Leonor aproveita esta data para mostrar um pouco dos documentos da sua História no mundo, acompanhando a leitura com alguns excertos dos Lusíadas de Luís Vaz de Camões. Este dia foi instituído pelo Conselho Internacional de Arquivos (CIA) em 2007 para promover a importância dos arquivos e o seu papel fundamental na sociedade. Figura 1. 1578-05-30 - [Carta do Duque de Bragança, D. João I, à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos sobre esmola ao povo de Barcelos, devido a ataques de piratas e corsários] Corria o ano de 1578, o Reino de Portugal estava prestes a viver uma das suas maiores tragédias, a batalha de Alcácer-Quibir que ocorrerá a 5 de agosto desse ano levando consigo o rei D. Sebastião e elevando ao trono o Cardeal D. Henrique. João I, Duque de Bragança, tendo notícia pelo Provedor António Mariz e mais irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, decide conceder esmola de 5 mil cruzados para o povo de Barcelos, em virtude dos ataques devastadores de corsários e piratas. Levaram tudo o que viram pela frente, deixando as gentes da vila à mingua e à mercê da caridade da Santa Casa… Eis a reposta do Duque: Provedor e irmãos da Misericórdia da vila de Barcelos, eu o Duque etc. nos envio muito saudar. Vi vossa carta e quem me dais conta das necessidades dessa terra. E por eu ser informado delas e desejar de lhe dar algum remedio mandei lá como tendes nisto todo o pão com que me achei aventurando-o ao tomarem os ladrões e corsários a que lá saía posto; e não a como valia na terra deixei de interessar mais de cinco mil cruzados, por fazer esmola a esse povo. E aqui vai agora provisão minha para António de Andrade meu almoxarife vos dar de 3 mil réis para ajuda de suprirdes as necessidades e obrigação dessa casa. António de Abreu a fez em Celorico 30 de maio de 1578. HO DUQUE É certo que há muito andavam os barcelenses pelo mundo a aqui entra Luís Vaz de Camões: «E, por mandado seu, buscando andamos A terra Oriental que o Indo rega; Por ele o mar remoto navegamos, Que só dos feios focas se navega. Mas já razão parece que saibamos (Se entre vós a verdade não se nega), Quem sois, que terra é esta que habitais, Ou se tendes da Índia alguns sinais?» Figura 2. 1646-01-17 - [Carta da Santa Casa da Misericórdia de Goa à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos sobre procurações enviadas à Santa Casa da Misericórdia de Mascate] E não é que vieram sinais das partes da Índia, através da Misericórdia de Goa, de um tal Domingos Vaz morto no sultanato de Omã. Recebemos a de Vossa Mercê de 26 de fevereiro do ano atras passado de 645 e por ela nos dizem havermos enviado procurações correntes nas viagens passadas para a Santa Misericórdia de Mascate poder enviar a herança que lá ficou por falecimento do defunto Domingos Vaz sem nós recebermos por não virem; sem embargo do que nos fica em lembrança para escrevermos à dita Misericórdia de Mascate no-la queira enviar pelo que tanto que o fizer o faremos a Vossa Mercê na forma que nos encomendam, havendo outra coisa do serviço de nossa casa e de Vossa Mercê em particular ficamos prestes a quem Deus guarde. Escrita em essa da Casa da Santa Misericórdia desta cidade de Goa. O que visto e assinado por Manuel Pinto Brochado escrivão desta Santa Casa em 17 de janeiro de 646. E continua o poeta a contar nas suas trovas a saga do seu povo: «Esta é, por certo, a terra que buscais Da verdadeira Índia, que aparece; E se do mundo mais não desejais, Vosso trabalho longo aqui fenece.» Pela nau Nossa Senhora do Rosário que ora parte pera esse reino recebemos a carta de vossa Mercê de cinco de março do ano passado de 628 em resposta da que lhe escrevemos o ano antes em o primeiro e a publico dela nos dizem que com perdição das naus daquele ano a declaração dos 73 Xerafins[1] uma tanga que se deram nesta casa da fazenda do defunto António de Faria pertencentes a seu pai Jácome da Cunha morador nessa cidade por conta da fazenda de Sua Majestade, na cópia de doze mil Xerafins, a lista deles e o conhecimento em forma enviamos à dita Misericórdia de Lisboa o dito ano de 626 de que não temos aviso ainda de como se perderam nem se nos pede outros traslados e sem duvida temos por certo que lá estão pelo que avisem Vossa Mercê ao dito herdeiro que recorra à dita Misericórdia de Lisboa aonde se lhe dará ordem para cobrar o dito dinheiro. [1] Xerafins: O xerafim era uma antiga moeda portuguesa que circulava no Índico, equivalente a 5 tangas ou 300 réis. Era uma das moedas mais comuns do sistema monetário indo-português, junto com a tanga, o pardau e o pardau de ouro (santomé). Texto: Alexandra Vidal
Ver MaisO mês de maio foi de festa e celebração em três unidades residenciais para pessoas idosas (lares) da Santa Casa de Barcelos. O Lar Nossa Senhora da Misericórdia completou 35 anos, o Lar de Santo André fez 23 e o Lar do Centro Social Comendadora Maria Eva Nunes Corrêa (Silveiros) 22. Neste momento festivo, foram lembrados todos os que serviram, colaboraram e residiram nestas unidades da Misericórdia de Barcelos. A par disso, sublinhou-se a importância de todas as pessoas que estão ao serviço e prestam cuidados, em espírito de Missão. Desde sempre, “o apoio à população idosa é central na intervenção das Obras de Misericórdia”. Na SCMB, o compromisso passa por cuidar, de forma humanizada, respeitando a dignidade e atendendo à singularidade de cada um dos nossos utentes. Lar Nossa Senhora da Misericórdia - Tarde de festa e celebração, com animação musical de Johnny Abreu e DJ MC Ferr Marco Ferreira - [ALBUM:1198] Lar de Santo André - Atuação musical do Sr. Campinho e amigos, numa tarde de convívio e comemoração - [ALBUM:1196] Lar do CSCMENC - Momentos de celebração e convívio, entre utentes e colaboradores, com animação musical - [ALBUM:1197] Entretanto, no próximo mês de junho, dia 6, celebrar-se-á o 40.º Aniversário do Lar Rainha Dona Leonor e o 136.º Aniversário do Lar da Misericórdia.
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